"Os tristes acham que ele geme, os alegres acham que ele canta" - Luiz F Veríssimo
Todo mundo tem uma preferência em relação à natureza. Uns
gostam mais da chuva, outros mais do sol, aqueles mais chegados à noite com sua
vida boêmia e romântica, mas tem alguns que amam o vento! Eu sou dessas.

Muitas canções foram feitas em sua homenagem.
Ainda na minha infância, lá pelos cafundós de Minas Gerais,
nas manhãs preguiçosas, deitada sob um teto sem forro, ficava a escutar o som
que ele fazia ao dançar com a antena de TV. Nem havia compositor melhor para
tais canções. Assovio fino e bem cantado! Ganhava o dia.

Sim, já disse, o vento tem personalidade. Tem temperamento
de criança rebelde que leva pequenos objetos ao chão e rapidinho vai para outro
canto. Tem carinho quando passa pela pele das mulheres. Tem compaixão quando
refresca o suor de homens na labuta. É terrível, quando em sua tormenta, decide
mover moinhos. Tem sabedoria quando em forma de brisa, suaviza os braços
abertos daqueles que o esperam...
É o mesmo quando passa por uma flor a beijá-la ou quando
passa por uma nuvem a carregá-la.
É uma força misteriosa e indomável!
Já dizia na musica dos Los Hermanos - O Vento: "Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater, mas o estrago que faz, a vida é curta pra ver".
Vento é eterno e imortal!
Mas é sentada aqui, escrevendo essas palavras, que fico a
invejar suas cavalgadas, seus lampejos de força bruta, sua liberdade
incondicional. Não passo de um saco de carne e ossos, enquanto ele é livre de
formas e pensamentos.
Mas quando nos encontramos, ele me reconhece e me trás
cheiros de outros lugares e leva meu cheiro a outras paisagens. E assim, nesta
troca pactuada, estou em todos os lugares e ele sempre tem suas paragens.
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