Vansan
Sou apaixonada por flores! Em cada canto que passo, se
avisto uma cor por entre os verdes escuros de jardins... ah! Vou lá roubar
lhe...
Pode parecer feio aos
seus olhos, mas lhe peço perdão, não resisto à natureza.
Roubo flores e as coloco em meio às paginas de meus livros.
Mania besta, eu sei, mas é uma forma que tenho de guarda-las e lembrar que fui
presenteada pelo seu perfume.
Recentemente algo incrível aconteceu.
Há um ano, ganhamos uma linda orquídea aqui no escritório. E como todos sabem,
elas só florescem uma ou duas vezes ao ano. A nossa, foi apenas uma vez. Depois
que perdeu sua flor, aquele cabo verde esticado, ficou ali, sem enfeitar nada
no nosso escritório e logo veio um querendo jogar fora. Não deixamos (meninas),
e semana passada, pequenos botões verdes brotaram de seu caule.
Ela abriu um lindo sorriso branco para nós hoje.
De todas as flores, as orquídeas são minhas preferidas.
E de quem não é? Bem me lembro das cenas da novela, A viagem, em que a personagem de Torloni recebia todos os dias, uma orquídea do personagem de Antonio Fagundes. Existem mistérios e lendas a rodear esta bela flor.
Diz a lenda, que uma princesa das terras da Indochina, na
cidade de Anam, chamada Hoan-lan, famosa por sua beleza, não conseguia se
apaixonar por nenhum homem. Muitos foram os interessados, porém não conseguia
doar seu coração a nenhum pretendente.
Eis que um dia conheceu um homem, Mun-cay e para sua
tristeza, não foi correspondida. Hoan-lan, de tudo fazia e a indiferença de
Mun-cay a deixava cada vez mais triste.
Foi então que a princesa foi em busca de ajuda do Deus todo
poderoso que viva ali perto nas montanhas de Tan-vien.
_ Cura me, ó Deus todo poderoso, pois sofro por um amor que
me despreza!
_É justo, pois sempre desprezou outros amores. Saia de meu
templo.
Na saída do templo, toda chorosa, a princesa encontrou uma
bruxa, que lhe explicou que o amor não pode ser comprado e nem vendido, mas que
faria um feitiço para Mun-cay jamais se apaixonar por outra mulher, se assim
desejasse.
Assim a princesa aceitou e quando encontrou Mun-cay nos
jardins do palácio, ela foi ao seu encontro para abraça-lo. Eis que no abraço,
Mun-cay se transformou numa árvore de ébano.
Chorando copiosamente ao pé da árvore, a princesa
esbravejava contra a bruxa que a iludiu.
A bruxa porém lhe explicou que assim, Mun-cay jamais amaria
outra mulher, que o feitiço tinha se cumprido.

Por fim, ele a transformou numa flor, concedendo lhe um bem,
nunca se separar do seu amor e viver de sua seiva por toda a eternidade.
Assim nasceu a primeira orquídea, segundo a lenda de Anam.
Isso me faz lembrar que o amor é feito flores, incondicional, mas livre em vários tons e várias cores, :)!
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