Ao direcionar o olhar para nosso
passado, encontraremos, nas lutas pela liberdade de expressão, seja de
fundamento religioso ou político, grandes heróis e heroínas.
Quantas mulheres foram condenadas
à fogueira e homens excomungados simplesmente por não concordarem, na época,
com os preceitos religiosos e políticos.
Graças a estes movimentos, hoje o
ocidente tem acesso a uma infinidade de cultura e conceitos morais, éticos e
civis.
Digo ocidente, por que a causa
não alcançou com sua total força, o outro lado; o oriente.
Estou trazendo isso à tona devido
ao curioso fato recente sobre a proibição do povo iraniano, em assistir ao
sorteio da copa, por conta do decote da apresentadora Fernanda Lima.
O canal iraniano faz a emissão
televisiva com atrasos, justamente para poder analisar as imagens e evitar que
“cenas inadequadas” cheguem às televisões iranianas. Na transmissão do sorteio,
nossa linda apresentadora, que então usava um vestido decotado, não saiu do palco durante o evento,
acabando por inviabilizar a veiculação das imagens no país.
Revoltados, vários iranianos, com
acesso ao facebook, publicaram na página de nossa compatriota, ataques à sua
conduta considerada indecente. Muitos comentários de baixo calão e insultos, foram publicados em farsi, persa
e também em inglês.
Entendo que a cultura deles tenha
essa limitação, mas nós não. A liberdade deles, terminam onde a nossa começa.
No entanto, há no país quem não
aprove a atitude de seus compatriotas. “Sou iraniana e queria pedir muitas,
muitas desculpas, senhora”, afirmou uma internauta.
“Peço mil desculpas a Sra.
Fernanda Cama Pereira Lima pelas palavras pouco polidas e pelo comportamento
inapropriado de alguns iranianos”, comentou outro.
Essa não é a primeira vez que
imagens geradas no Brasil causam problemas no Irã. Durante a Copa das
Confederações, imagens de Shakira com os braços descobertos em Fortaleza
foram ao ar na TV iraniana por um descuido, o que causou revolta e provocou
polêmica no país.
Lendo os artigos relacionados à
Fernanda, encontrei vários comentários contra sua vestimenta
realizados por brasileiros. Acho um exagero! Fernanda Lima vende sua imagem
compra quem quer. Nesse caso, qualquer valor será pouco pela nossa musa da
copa. Sim, musa. Se a melhor cena da última copa, foram os seios de Larissa
Riquelme, desta copa será o decote de Fernanda Lima.
O jornal inglês Daily Mail,
num chute, afirmou que dez pessoas por segundo estavam tuitando seu nome
enquanto ela estava no palco em seu vestido dourado com sapatos combinando. O
jornalista esportivo inglês Gavin Caney a descreveu como “a verdadeira
ganhadora” do evento. O Clarín, argentino, escreveu que Fernanda levou
todos os olhares .
Acredito que o Brasil, tenha
muita coisa boa para mostrar, dentro e fora do campo. Vamos fazer valer desta
nossa liberdade.Continuando a libertação:
Quero aproveitar deste post para comentar
sobre artigos que tenho lido sobre os movimentos culturais realizados num país
extremista como Israel.
Vamos falar aqui, mais precisamente sobre
Faixa de Gaza. Trata-se de um território escuro, empobrecido e privado
economicamente.
Sob iluminação de velas e geradores, uma vez que a energia é bloqueada
12 horas por dia, a Faixa de Gaza tem sido destaque de fonte de criatividade no
universo cultural.

Recentemente os comediantes do Tashwesh Gaza,
produziram um vídeo como paródia do comercial estrelado por Jean-Claude Van
Damme.
O original mostra o astro das artes marciais
abrindo um espacate entre dois caminhões Volvo em ré enquanto fala à câmera,
fazendo assim propaganda da estabilidade do sistema de direção dessa marca. A
versão de Gaza, porém, mostra um jovem palestino listando as privações desse
estreito de terra. Quando a imagem se afasta, é possível ver que os carros são
empurrados a mão, ridicularizando o fato de que não há ali combustível o
suficiente para todos os veículos.
Rap
na faixa
O rap, considerado uma das grandes influências
ocidentais em Gaza, tem grandes adeptos no movimento cultural na região. No dia
06/12/2013, sexta feira passada, através do apoio do Coletivo “Periferia,
nossa Faixa de Gaza”, e do Movimento
Palestina Para Tod@s, trouxe ao Brasil o rapper palestino de Gaza, Mohammed
Antar, para um projeto cultural intitulado “Intercâmbio Rapoético
Brasil-Palestina”

A troca cultural envolve rappers e coletivos
culturais brasileiros, como o grupo de rap Influência Positiva, o Núcleo Cultural
Força Ativa, a Organização Jihad Racional, o Sarau Perifatividade e outros
movimentos periféricos de São Paulo.
Não
fui pago. Eles me levaram da fronteira até Jerusalém e me trouxeram de volta.
Fiquei na casa de amigos, em Jerusalém e na Cisjordânia.
Estudo
relações públicas e marketing na Universidade Palestina. Meu pai paga o curso.
Não tenho emprego. Se achasse um trabalho, ainda assim não conseguiria me
alimentar com o salário. Quando ouviu minhas músicas, minha família me deu
liberdade para fazer o que quiser.
Estou trabalhando no meu primeiro projeto. Vão ser dez vídeos, vou traduzir para sete línguas. É difícil ter recursos; pago tudo do meu bolso. Ninguém apoia essa música, qualquer música, em Gaza.
Escolhi fazer
rap porque posso dizer o que quiser. Talvez em outros gêneros de música eu não
pudesse cantar sobre esses assuntos. O Hamas diz que o rap não é parte da nossa
cultura, que é uma coisa que pegamos do Ocidente. Querem que a gente cante só
orações em árabe.
Tento fazer
eles ouvirem nossas canções, mas eles não nos dão uma chance. Eu posso ser uma
pessoa importante em Gaza. Posso fazer muito dinheiro, se deixarem.
O nome da
minha canção "Min Aja" significa "quem está vindo". Estou
falando sobre mim mesmo e sobre os rappers que me criticam.
Os árabes não
têm uma causa em comum: só a língua nos une. Cada um tem a própria causa. A
minha é a palestina. Estamos morrendo aqui, mas continuamos de pé para
conquistar nosso país."
Parabéns a todos os engajados nesta causa!
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